Infelizmente há centenas de pessoas que almejam sucesso, dinheiro e fama, sem colocar na balança o esforço e o trabalho. Se interessam apenas pela imagem. É o glamour das estrelas que as atrai. O dinheiro, a vitória e o sucesso. Fácil. Esta é a meta de muitos que almejam a ascensão social. São reflexos de uma mídia mais interessada na ilusão (para os outros), que dita uma nova ordem de prioridades e instala “verdades” no inconsciente dos meros expectadores.
Há pessoas que querem o sucesso pronto, entregue em suas casas, com contrato vitalício. E pagar por isso? Imagina... Ter que suar para ser reconhecido? "Quebrar a cara" muitas vezes para aprender a acertar? Se fragilizar até ficar forte? Permitir a dor até controla-la? Aprender disciplina com as ordens? Ser submisso sem se importar em liderar? Entrar na batalha apenas por um ideal?
O Cirque Du Soleil foi criado em 1984. O sucesso, o amadurecimento, o reconhecimento não são frutos do novo milênio, não são da geração "Big Brother". São da geração da história. Com páginas escritas na madrugada, noites acompanhadas pela "senhora persistência", vidas comprometidas com a invenção, com a recriação... Ao invés de ficarem brigando pelo mesmo espaço que dezenas disputavam, de baterem a cabeça no lugar comum, de serem iguais aos que "deram certo", ou de desistir pelo que deu errado, resolveram assumir o risco de "fazer diferente", de ir além da fronteira do que aprenderam, de confiar nas próprias idéias.
Quebec. 1982. Em um refúgio que atraía artistas, colecionadores e turistas, um grupo de malabaristas, engolidores de fogo e acrobatas aglutinou talentos. A resposta do público foi positiva. Um Festival aconteceu, primeiro grande evento. Após dois anos, nas festividades que comemoravam o descobrimento do Canadá, um artista circense, Guy Laliberté, fundou o Cirque Du Soleil. Aquele grupo propôs um novo conceito: combinar de forma atrativa as artes circenses, dança, música e arte de rua com roupas extravagantes, iluminação e sonoplastia destinadas a destacar as qualidades da companhia. Este foi o mote inicial da famosa trupe. Hoje vendo, parece simples! Uma idéia comum... mas que não formou um conceito ordinário.
A superação, a renúncia do "mesmo", a busca pelas técnicas avançadas, a sedimentação da identidade própria e com ela todas as experiências: boas, más, certas, erradas, doloridas, silenciosas, ensaiadas, inesperadas... Deixar o banco do espectador, do iludido, do conformista, para riscar o ar, se machucar, desenhar no picadeiro, confiar nas mãos do outro, educar o corpo, a alma, mostrar que quem manda é quem primeiro deve cumprir.
Quem sonha, é quem deve realizar. Alcança, quem não fica parado. Méritos não se comparam. Se tem. Não é preciso ser Cirque Du Soleil. Basta ser quem é, sem medo de ser lapidado. Piscar o olho na frente do espelho antes de partir para a manobra radical de ser quem você é. Viver cada dia como um espetáculo novo, aprendendo novas lições, escrevendo a sua própria história.
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